segunda-feira, 1 de maio de 2017

Santo ou Sagrado?

"O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras,"/graphês hagias/ (Romanos 1 : 2)

"E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras /ierá grammata/, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus." (II Timóteo 3 : 15)

O que é sagrado e o que é santo? Que sentido damos em nossa língua a essas duas palavras? Fiz algumas pesquisas e leituras, das quais não farei referência aqui, para não privá-los de suas próprias pesquisas mas, em suma, sagrado é algo que é de propriedade exclusiva da entidade divina, ou objeto dedicado ao uso em adoração ou culto, numa tradução livre /ierá/ aquilo que é do templo ou que pertence ao templo. Santo é separado, distinto dos demais, não contaminado, puro.

Na capa de nossas Bíblias aparece escrito “Bíblia Sagrada”, nas de versão inglesa lê-se “Holy Bible”, Bíblia Santa. Outro dia assisti um vídeo cujo título é “A Bíblia não é sagrada”, não assisti até o final pois, apesar de correto, não é conciso nem objetivo, é cansativo, mas o que assisti foi suficiente para que refletisse bastante sobre o assunto. A Bíblia é ou não é sagrada, é ou não é Santa?

Sim é santa, pois são palavras distintas do nosso Deus separadas para edificação da igreja do Senhor, não contaminas e milagrosamente preservadas por mais de três mil anos para que se desse ao homem a oportunidade de conhecer a obra Redentora do Evangelho de Deus.

Sim é sagrada quando damos ao livro um status de solene e de conferidor de algum tipo de graça ou favor, quando pomos as mãos sobre este livro para conjurarmos ou nos comprometer com algum tipo de verdade ou solenidade: quando o colocamos debaixo de nossos braços como se isso nos distinguisse dos demais quando nos encaminhamos às nossas reuniões litúrgicas.

Não, não é sagrada pois, na verdade, a Bíblia nada mais é do que um livro que, se fechado, nada mais é do que nada, como qualquer outro livro fechado, ou mesmo quando encontra-se aberto em nossas prateleiras no Salmo 23 ou no 91, uma vez que somos governados(pastoreados) pelos nossos próprios desejos e nos abrigamos debaixo de nossas casas bem construídas pela capacidade dos salários de nossos esforços capitalistas.

Das 52 ocorrências do termo Escritura(s) no Novo Testamento, em 50 este termo aparece sem adjetivo, as outras duas ocorrências são os textos acima citados. Por isso concluo, para mim, que as Escrituras são simplesmente as Escrituras que, se bem utilizadas possui aptidões especiais (2 Timoteo 3.16), mas que também podem ser mal utilizadas, como em Mateus 4.6.


Tito Mendes

domingo, 16 de abril de 2017

Páscoa em poucas palavras

Deus enviou dez pragas ao povo do Egito, sendo que de nove delas ficaram isentas o povo de Israel, porém quanto à décima não houve esta isenção, é facilmente verificável que a terra de Gosen foi preservada das primeiras nove pragas porém na décima, o anjo da morte passou sobre todo o Egito, inclusive na região onde vivia o povo de Israel.
Ninguém estava livre do anjo da morte, só uma situação livraria uma casa da visita deste anjo. A morte de uma vítima inocente, o cordeiro, e o espargimento de seu sangue nos umbrais das portas. Situação que levou o anjo a passar sobre aquela casa e não vitimar seus primogênitos.
Imagine a situação de terror sobre todo o Egito, mesmo sobre as famílias Israelitas, depois de nove pragas preditas e cumpridas, sempre com a isenção da terra de Gosen. Agora a isenção deixa de ser geográfica e passa a ser situacional. O terro é total, a situação é o ponto. Quem em toda aquela região seria alcançado pela misericórdia? Somente os que estivessem cobertos pelo sangue do cordeiro.
Jesus, ao iniciar seu ministério, recebeu o seguinte testemunho: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Sabemos que o mérito do erro é a condenação, “a alma que pecar essa morrerá”, é o que diz a Lei Divina. Para aqueles que foram redimidos pelo sangue do Cordeiro a situação é bem simples: “Ele vos deu a vida quando estáveis mortos pelos vossos delitos e pecados,” Efésios 2.01.


Feliz Páscoa!

domingo, 22 de novembro de 2015

Ao anjo da igreja escreve

Outro dia assisti a um filme em que uma criança chamava de hipopótamo um elefantinho de brinquedo. Era o que tinham ensinado a ela, aquela figura com grandes orelhas de abano e uma tromba comprida era um hipopótamo. Quem poderia contestar, ou dizer coisa diferente? Assim se aprendeu e assim foi passado de geração em geração. Ninguém naquele mundo tinha visto na vida um hipopótamo (ou um elefante), nem conheceu alguém que tivesse visto. Além do mais aquele “hipopótamo” era definido como uma criatura mitológica.
Na cultura cristã temos também as nossas criaturas mitológicas, talvez a maior de nossas criações mitológicas seja a figura do pastor. Na verdade a instituição do pastor é um equívoco de mais de 500 anos. A prática da fé Neo-Testamentária não testifica com a prática da cultura cristã moderna baseada na figura pastoral.
O pastor unívoco, presidente, líder da igreja local, não existe no Novo Testamento. A congregação cristã primitiva era plurissacerdotal, não havia maiorais, intérpretes unívocos da Palavra de Deus, todos ensinavam, todos aprendiam, todos edificavam-se. Todos faziam parte de um corpo, como membros uns dos outros, tendo uma única cabeça, Jesus Cristo.
Após toda a bagunça feita pelo imperialismo católico romano na teologia, na prática e na cultura cristã, Não houve coragem suficiente aos reformadores para retornarem a uma fé simples e bíblica. Antes mantiveram o sacerdócio especialista, não universal, mantendo a interpretação da Palavra apenas a alguns poucos, mantendo o Clero, mantendo o laicato.
Tenho ouvido no decorrer dos meus poucos anos de vida que o pastor é o anjo da igreja, dando um significado inexistente aos textos de Apocalipse, capítulos 2 e 3. Na verdade o anjo é o mensageiro, verdadeiro significado da palavra, e mensageiro é o portador da mensagem e, se a mensagem é de Deus, o portador da mensagem não sou eu nem você, é o Espírito de Deus, o Semeador.
A mensagem é para toda a igreja, “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. A mensagem não é ao mensageiro, mas para o mensageiro entregar. A responsabilidade da situação da igreja não é do mensageiro, mas da própria igreja, em cada um de seus membros. O mensageiro entrega apenas. Os mensageiros estão à destra do Todo Poderoso, Ele passeia por entre os castiçais, as igrejas, as sete, ou todas as nossas igrejas.
A instituição do pastor moderno não é bíblica, na verdade é uma prática nicolaíta. Na verdade há um pastor sobre nós, o Pastor, o Bom Pastor, o verdadeiro, que não é ladrão nem salteador, Aquele que entra pela porta, a quem as ovelhas ouvem a voz e segue e que ninguém pode tirar das suas mãos a nenhuma delas. Só pra constar, os pastores de Ezequiel 34 são uma referência aos reis de Israel e Judá e nada tem a ver com o pastor moderno.

Que todos nós possamos dizer: “O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará.”

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Igreja Artificial

Uma das maiores habilidades humanas é a capacidade de adaptar o ambiente ao seu gosto, necessidade ou prazer. De uma árvore se faz casas, postes, canoas, entre tantas outras coisas. Uma casa, uma canoa ou um poste não é uma árvore. Nem mesmo uma árvore artesanal é uma árvore. Nem ao menos são naturais, feitas pelo artifício humano, são artificiais. Todo artifício ou tecnologia humana é feito a partir de algo natural, qualquer coisa feita de plástico, metal, madeira, ou mesmo virtual, é realizado a partir do natural, mas perde sua natureza pelo artifício humano.
A igreja é criação Divina, é o corpo de Cristo gerado a partir do Espírito Santo. Tem uma diversidade de membros espirituais e apenas uma cabeça, Jesus. Esta cabeça comunica-se diretamente com cada membro, o que é natural, ainda que espiritualmente falando. É Ele que a constrói e a edifica, é Ele que a faz crescer, Ele a nutre, dá amor, sara as feridas. Seu crescimento é espiritualmente natural. Cristo não usa adubos nem enxertos, nem técnicas humanas para fazer crescer sua igreja.
Todos os planos, projetos e sonhos referentes à igreja provêm da parte de Cristo, também lhe cabe, e ao Espírito, as realizações. Cabe apenas a nós, seus membros, a obedecer, seguir, ir, testemunhar. Tudo o que nós fazemos para edificar, construir ou fazer crescer a igreja é antinatural, é humano e artificial. Não vem de Deus, mas do homem. O homem é o cabeça e o principal nome na “igreja” moderna. Se cai o seu “pastor” a igreja costuma enfraquecer e cair. Se o seu líder é capaz, eloquente, bem preparado, o ministério cresce e com ele a igreja. Isso não é natural, é artificial. Não é obra de Deus mas, do homem.

Precisamos devolver a igreja à Jesus.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Eu Busco uma Igreja Orgânica

Eu busco uma igreja orgânica, sem adubos ou fermentos, sem mácula, igreja viva, não limitada por paredes, ou doutrinas humanas, ou estatutos, ou denominações.
Tenho abdicado de minhas posições denominacionais pela posição da Palavra de Deus. Não sou mais pastor, pois Jesus disse: "Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo". Mateus 23:8-10
Todos somos irmãos, todos somos servos, todos somos sacerdócio real, todos somos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu Nome. Há muitos presos em uma velha aliança, sacerdotal e hierárquica, que necessita de liderança humana. Eu creio (e gostaria de dizer, nós cremos) que a única liderança válida (bíblica) da igreja é a sua cabeça, Jesus. Tudo o mais é parte do corpo, é membro do corpo. Cada parte do corpo recebe o comando da cabeça, diretamente, sem intermediários. Cada parte do corpo tem comunicação direta com a cabeça (vide sistema nervoso).
Jesus é o Bom Pastor, o Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas. Não são "bons pastores", é o Bom Pastor, singular, não plural. Na velha aliança, pastor era o rei do povo, na nova aliança Pastor é Jesus, Aquele a quem as ovelhas ouvem a voz, que são conhecidas D'Ele e elas O seguem, João 10. 27-30. Jesus é o Rei Singular do Povo de Deus, é o Cabeça da igreja, o Esposo e todos nós ovelhas de seu pasto.