"O
qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas
escrituras,"/graphês hagias/ (Romanos 1 : 2)
"E
que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras /ierá
grammata/, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus." (II Timóteo 3 : 15)
O
que é sagrado e o que é santo? Que sentido damos em nossa língua a
essas duas palavras? Fiz algumas pesquisas e leituras, das quais não
farei referência aqui, para não privá-los de suas próprias
pesquisas mas, em suma, sagrado é algo que é de propriedade
exclusiva da entidade divina, ou objeto dedicado ao uso em adoração
ou culto, numa tradução livre /ierá/ aquilo que é do templo ou
que pertence ao templo. Santo é separado, distinto dos demais, não
contaminado, puro.
Na
capa de nossas Bíblias aparece escrito “Bíblia Sagrada”, nas de
versão inglesa lê-se “Holy Bible”, Bíblia Santa. Outro dia
assisti um vídeo cujo título é “A Bíblia não é sagrada”,
não assisti até o final pois, apesar de correto, não é conciso
nem objetivo, é cansativo, mas o que assisti foi suficiente para que
refletisse bastante sobre o assunto. A Bíblia é ou não é sagrada,
é ou não é Santa?
Sim
é santa, pois são palavras distintas do nosso Deus separadas para
edificação da igreja do Senhor, não contaminas e milagrosamente
preservadas por mais de três mil anos para que se desse ao homem a
oportunidade de conhecer a obra Redentora do Evangelho de Deus.
Sim
é sagrada quando damos ao livro um status de solene e de conferidor
de algum tipo de graça ou favor, quando pomos as mãos sobre este
livro para conjurarmos ou nos comprometer com algum tipo de verdade
ou solenidade: quando o colocamos debaixo de nossos braços como se
isso nos distinguisse dos demais quando nos encaminhamos às nossas
reuniões litúrgicas.
Não,
não é sagrada pois, na verdade, a Bíblia nada mais é do que um
livro que, se fechado, nada mais é do que nada, como qualquer outro
livro fechado, ou mesmo quando encontra-se aberto em nossas
prateleiras no Salmo 23 ou no 91, uma vez que somos
governados(pastoreados) pelos nossos próprios desejos e nos
abrigamos debaixo de nossas casas bem construídas pela capacidade
dos salários de nossos esforços capitalistas.
Das
52 ocorrências do termo Escritura(s) no Novo Testamento, em 50 este
termo aparece sem adjetivo, as outras duas ocorrências são os
textos acima citados. Por isso concluo, para mim, que as Escrituras
são simplesmente as Escrituras que, se bem utilizadas possui
aptidões especiais (2 Timoteo 3.16), mas que também podem ser mal
utilizadas, como em Mateus 4.6.
Tito
Mendes
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