Outro dia assisti a
um filme em que uma criança chamava de hipopótamo um elefantinho de
brinquedo. Era o que tinham ensinado a ela, aquela figura com grandes
orelhas de abano e uma tromba comprida era um hipopótamo. Quem
poderia contestar, ou dizer coisa diferente? Assim se aprendeu e
assim foi passado de geração em geração. Ninguém naquele mundo
tinha visto na vida um hipopótamo (ou um elefante), nem conheceu
alguém que tivesse visto. Além do mais aquele “hipopótamo” era
definido como uma criatura mitológica.
Na cultura cristã
temos também as nossas criaturas mitológicas, talvez a maior de
nossas criações mitológicas seja a figura do pastor. Na verdade a
instituição do pastor é um equívoco de mais de 500 anos. A
prática da fé Neo-Testamentária não testifica com a prática da
cultura cristã moderna baseada na figura pastoral.
O pastor unívoco,
presidente, líder da igreja local, não existe no Novo Testamento. A
congregação cristã primitiva era plurissacerdotal, não havia
maiorais, intérpretes unívocos da Palavra de Deus, todos ensinavam,
todos aprendiam, todos edificavam-se. Todos faziam parte de um corpo,
como membros uns dos outros, tendo uma única cabeça, Jesus Cristo.
Após toda a bagunça
feita pelo imperialismo católico romano na teologia, na prática e
na cultura cristã, Não houve coragem suficiente aos reformadores
para retornarem a uma fé simples e bíblica. Antes mantiveram o
sacerdócio especialista, não universal, mantendo a interpretação
da Palavra apenas a alguns poucos, mantendo o Clero, mantendo o
laicato.
Tenho ouvido no
decorrer dos meus poucos anos de vida que o pastor é o anjo da
igreja, dando um significado inexistente aos textos de Apocalipse,
capítulos 2 e 3. Na verdade o anjo é o mensageiro, verdadeiro
significado da palavra, e mensageiro é o portador da mensagem e, se
a mensagem é de Deus, o portador da mensagem não sou eu nem você,
é o Espírito de Deus, o Semeador.
A mensagem é para
toda a igreja, “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às
igrejas”. A mensagem não é ao mensageiro, mas para o mensageiro
entregar. A responsabilidade da situação da igreja não é do
mensageiro, mas da própria igreja, em cada um de seus membros. O
mensageiro entrega apenas. Os mensageiros estão à destra do Todo
Poderoso, Ele passeia por entre os castiçais, as igrejas, as sete,
ou todas as nossas igrejas.
A instituição do
pastor moderno não é bíblica, na verdade é uma prática
nicolaíta. Na verdade há um pastor sobre nós, o Pastor, o Bom
Pastor, o verdadeiro, que não é ladrão nem salteador, Aquele que
entra pela porta, a quem as ovelhas ouvem a voz e segue e que ninguém
pode tirar das suas mãos a nenhuma delas. Só pra constar, os
pastores de Ezequiel 34 são uma referência aos reis de Israel e
Judá e nada tem a ver com o pastor moderno.
Que todos nós
possamos dizer: “O SENHOR é o meu Pastor, nada me faltará.”
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